Some about Semiotics – Um pouco sobre Semiótica

semiotics in a can

Eu vejo por aí, desde que entendi o que é semiótica, algumas pessoas usando esta palavra sem real conhecimento do seu significado. Então decidi publicar este texto para tentar explicar um pouco do pouco que sei, e para aqueles que nunca ouviram falar, ficarem curiosos para corer atrás de mais informações.

I heard, since I learned about semiotics, some people using this word without any real knowledge of its meaning. So, I decided to publish this text to try to explain a little bit from what I know from my point of view, and to whom never heard about, get curious enough to try to learn.

Um designer possui muitas ferramentas: Softwares usados para criar, editar e publicar um trabalho, seu conhecimento, fonts de inspiração como livros, revistas e sites; mas uma das ferramentas mais importantes que um designer pode ter é saber como trabalhar / manipular os significados.

A designer have many tools: the softwares used to create, edit and publish or print a job, his knowledge, inspirational sources as books, magazines and sites; but one of the most important tools that a Designer can have is to know how to deal with the meanings.

O mundo é feito de objetos (fenômenos) – não só os que são capturados pela visão mas através de todos os outros sentidos – que por si só são vazios de significados. Quando capturam um objeto (com nossos sentidos) nós o enchemos de significados; criamos então signos.

The world is made by objects (phenomenon) not just that are captured by the sight, but from all the others senses, which isolated doesn’t have meanings, when we point to an object (trough our senses) we fill it with meanings – we create signs.

Pois bem, a semiótica é a ciência dos signos, que estuda como estes significados são construídos e entendidos. Para compreender melhor estes conceitos, vamos ver como o pensamento acontece:
Primeiro é a possibilidade, chamada de “primeiridade”: O objeto desconhecido está desprovido de significado. É apenas um “sentimento”, com uma potencial existência. Estar em primeiridade é estar em alerta, pronto para receber uma nova informação.
Em segundo vem a busca por índices, quando você usa todo o conhecimento adquirido (repertório) para tentar descobrir algo sobre o objeto em questão; isto é chamado “secundidade”. Quando você esquece uma palavra, e tem aquela sensação que ela está “na ponta da língua”, é quando a mente está procurando por respostas, os tais índices (formatos similares, cores, sons, texturas, ertc.).

Semiotics is the science of the signs, which study how these meanings are build and understood. To understand better these concepts, let’s see how the think flows:
First is the possibility, called “firstness”: The unknown object lies in the darkness of the understanding. It is just a feeling, with a potential existence. Being in firstness is being alert, available to receive a new information.
Second is the search for indexes, when you use everything that you learned in your life ( repertoire ) to try to figure out what is that object, this is called “secondness”. When you forget a word, and you have the sensation that is on the “tip of your tongue”; is when the mind is searching for answers, correspondences (similar shapes, colours, sounds, textures, etc.).

O objeto que antes era apenas uma sensação, agora está transformado em um signo e chamado dentro deste processo: “terceiridade”. Quando você reconhece o objeto ou encontra sua utilidade. Este objeto se torna um índice para futuras “pesquisas”. Então é certo dizer que o signo é a representação do objeto e não o objeto em si, porque o signo está na sua mente, não no objeto “real” do mundo externo.

Then this object that before was just a feeling, now is transformed in to a sign and called inside this process: “thirdness”. When you recognise the object or find its use or function. This object serves itself as an index for further inquires. So, is right to you to say that the sign is the representation of the object, not the object itself, because the sign lies in your mind and the “real” object in the external world.

Estes processos acontecem o tempo todo com ou sem nosso conhecimento, e entendendo esta chamada “relação triádica” é uma chave importante para entender a relação entre a semiótica e o design.

These processes happen all the time with or without our knowing, and understand this called “Triadic Relation” is an important key to reach the relation between semiotics and design.

Vamos ver um exemplo bem simples deste processo aplicado de forma prática, este exemplo foi dado em sala de aula pela minha professora de semiótica Roti Nielba Turin, quando eu estava na faculdade:

I will give a very simple example of this process applied in a practical way, this example was given in classroom by my semiotics teacher in university Roti Nielba Turin:

Imagine uma lata de refrigerante: em um primeiro momento seu usa parece ser bem claro: um recipiente de alumínio cilíndrico para conter e guardar um conteúdo líquido não alcoólico, gaseificado, obtido pela dissolução em água potável, de suco ou extrato vegetal de sua origem, adicionado de açúcares e saturado de dióxido de carbono. Mas um designer precisa ver além desse sentido superficial, colocando este objeto em “primeiridade”, em outras palavras, esvaziar a mente do significado conhecido e estabelecido para tentar encontrar outros “novos”. As possibilidades de transformação deste simples objeto em outras coisas com outras utilidades são praticamente infinitas: Porta-lápis, vaso, cinzeiro, etc. Isto é trabalhar o objeto em sua “primeiridade”, extraindo dele cada possibilidade de significado e não só aquele estabelecido.

Imagine a soft drink can: at first its use is very simple: a can to hold a non-alcoholic liquid, flavoured, carbonated beverage. But a designer need to abstract this simple and superficial meaning putting this object in the firstness, in other words, the designer have to make that so known object empty of known meaning to try to find out “news” ones. Then the possibilities of that simple object grow to the infinite, when you can see that you can transform it in countless other kind of objects. When you see that you can transform and use that can to hold pencils and pens, to use as a flower vase, an ashtray, etc, is when you are dealing with this object in its firstness, extracting from it every single possible meaning, and not just from the well knowing meaning.

“Creio que nada confere mais sentido às coisas do que ser capaz de mudar o sentido, sentindo que foi o autor da mudança. Saber motivado, entendendo como motivação o fazer com entusiasmo aquilo que se está fazendo. Esse gesto mental consciente, organizado segundo a lógica da clareza de idéias, legitima o conhecimento, alimenta ações mentais futuras e, liberado o pensamento, se permite imaginações capazes de transformações.” (Roti Nielba Turin, Pensamento enquanto Design 2001)

“I believe that nothing confers more meaning to the things that to be capable of changing meanings, feelings that we are the authors of the change. The knowledge motivated, understanding as motivation to do what’s being done with enthusiasm. This conscious mental gesture, organised according to the logic of the clarity of ideas, legitimates the knowledge, feed the future mental actions and, releasing the thought we are able to imagine transformations.” ( Roti Nielba Turin, Thought as Design 2001)

Sendo assim: quanto mais o designer vê além dos conceitos ordinários, pré-estabelecidos, mais “novos” significados ele poderá dar às suas criações. O bom uso desta capacidade de colocar em um objeto novos índices é, na minha opinião, o que faz um designer diferente de um simples copista.

Here is: much the designer sees beyond the general concepts or the pre-concepts orders, more “new” meanings he can give to its creations. The well use of this capacity to input to an object news indexes is, in my vision, what make a designer differ from a simple copyist.

Aluisio Barbosa, Graphic Designer

Obrigado Thyenne pela ajuda!

One thought on “Some about Semiotics – Um pouco sobre Semiótica

  1. O signo está nas representações assim como as linhas, as cores e tudo o que se chama usualmente de “linguagem visual”. Assim sendo, cada elemento que compromete-se em apresentar algo real em um objeto produzido com a finalidade de representar este real e, além deste, também o não real, como tudo aquilo que surge nas fantasias de cada um de nós estará sujeito a ser um signo cujo significado deverá ter determnados significados, dependendo de quem os usufrui. E se pensarmos apenas nas cores como elementos sintáticos, mas certamente signos, como o exemplo da cor “cian” (azul da cor do céu)nada passará por nossas avaliações sem o uso correto de elementos com seus aspectos formais e simbólicos. Partindo deste pequeno exemplo da cor podemos levar as experiências para todos os outros elementos empregados numa concepção de design e, por final, ao próprio objeto concebido. Em todas as etapas se encontram os signos que devem ser prioritariamente estudados nos seus devidos contextos. A imagem da lua na atualidade, feita por um telescópi,o nos demontra que aquela imagem vista por Galileu transfomou-se no nosso imaginário na medida em que fundamentamos nas nossas mentes (e culturas) uma nova imagem circular que não é mais, apenas, um círculo redesenhado a partir da projeção do satélite num lago calmo, não ondulante. Por fim, se podemos entender as formas com seus signos, o que ocorre a cada dia com mais frequência, pela presença marcante da internet, todas as imagens produzidas na área do conhecimento do design devem ser investigadas prioritariamente pelo universo da semiótica, pois só assim poderemos distinguir um japonês de um chinês. A atualidade necessita desesperadamente que investiguemos cada proposta ou cada objeto de design por sua vertente de significado para que percebamos com maior rapidez os compromissos simbólicos inerentes em alguns objetos cuja finalidade seja a de despertar o interesse do usuário por elementos comprometidos apenas com o atendimento da desejabilidade social. Ajudaremos a salvar o mundo na medida em que limpemos nossos objetos/simulacros cuja função é a de atender ao desejo de cada um para apenas satifazer as necessidades de afirmação perante o grupo social do qual faz parte.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *